Polícia reprime protesto de moradores em favela de São Paulo que se opõem ao despejo
A polícia brasileira reprimiu na terça-feira um protesto de dezenas de pessoas que se opunham ao despejo da favela do Moinho, a última favela informal do centro de São Paulo.

Os agentes usaram balas de borracha e gás lacrimogéneo para conter os manifestantes, que bloquearam uma linha de comboio da cidade em protesto contra os trabalhos de demolição das casas, que começaram na segunda-feira e continuaram na terça-feira.
Após o confronto, a polícia e os moradores convocaram uma reunião para tentar desbloquear a situação, que se arrasta há mais de um mês.
O Governo de São Paulo determinou a desocupação do Moinho, numa tentativa de aumentar a segurança e combater o tráfico de drogas no centro da maior cidade da América Latina.
A intenção do Governo regional é realojar os habitantes da favela em habitações sociais nos arredores e criar um parque público no local da favela, que fica entre duas linhas de comboio.
As autoridades de São Paulo declararam que 88% das famílias já aceitaram mudar-se para habitações sociais, embora haja uma minoria que se recusa a mudar-se e que se queixa de pressões por parte do Governo local.
Na segunda-feira, as autoridades locais demoliram as primeiras seis casas, que tinham sido previamente desocupadas, e na terça-feira retomaram os trabalhos de demolição, que tinham sido interrompidos pelo início dos protestos.
Até à data, 168 famílias residentes na favela foram transferidas para as suas novas casas, de um total de 752 que aceitaram ser realojadas, o que representa 88% do total, segundo dados do Governo regional.
Outras famílias deste grupo, em vez de serem realojadas em habitações públicas, optaram por receber em troca um subsídio de aluguer de 800 reais (cerca de 127 euros) ou um crédito para a compra de uma casa no mercado.
MIM // MAG
By Impala News / Lusa
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