Israel provoca deslocações em massa e destruição no norte da Cisjordânia
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciaram hoje uma escalada na deslocação forçada de pessoas e na destruição de campos de refugiados palestinianos na Cisjordânia ocupada nunca visto há décadas, segundo um comunicado da organização não-governamental.

As forças israelitas realizam há dois meses uma ofensiva militar na Cisjordânia ocupada.
Os MSF apelaram à interrupção imediata da deslocação forçada de palestinianos — que totaliza pelo menos 40 mil pessoas das suas casas nos campos de Jenin, Tulkarem e Nur Shams, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) — e um maior acesso a serviços básicos.
No campo de refugiados de Jenin, agora uma cidade fantasma da qual foram deslocados 21.000 habitantes, o cerco israelita prolonga-se há 63 dias consecutivos, com ruas completamente destruídas, falta de alimentos e ‘drones’ a sobrevoar o acampamento e a cidade com o mesmo nome, segundo fontes locais.
Em 19 de março, Israel anunciou que iria demolir 66 novos edifícios no campo, o equivalente a cerca de 300 casas no total. Embora tal ainda não tenha acontecido, o exército israelita confirmou à agência de notícias EFE que um dos objetivos desta operação militar é “abrir rotas” nos campos para “estabilizar a zona” e impedir o regresso dos militantes.
“Isto requer a demolição de vários edifícios. A decisão de demolir estas estruturas baseia-se na necessidade operacional”, disse o exército em comunicado.
Até agora, cerca de 600 casas ficaram inabitáveis e as suas famílias foram despejadas, disse Bashir Matahin, relações públicas do município de Jenin, à EFE.
Hoje, na Faixa de Gaza, ataques israelitas no enclave palestiniano mataram pelo menos 25 pessoas, incluindo várias mulheres e crianças, segundo três hospitais da região.
Os ataques ocorreram quase uma semana depois de Israel ter terminado o seu cessar-fogo com o Hamas com um bombardeamento surpresa que matou centenas.
Por outro lado, as autoridades locais dizem que o Egito apresentou uma nova proposta para tentar recuperar o cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.
CSR // SB
By Impala News / Lusa
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