Três detidos, quatro pessoas identificadas e dois polícias feridos em Lisboa

Três detidos, inclusive os líderes do Ergue-te e do grupo de extrema-direita 1143, quatro pessoas identificadas e dois polícias “ligeiramente feridos” é o balanço da operação policial de hoje associada ao 25 de Abril em Lisboa, revelou a PSP.

Três detidos, quatro pessoas identificadas e dois polícias feridos em Lisboa

“Tivemos três detidos, ainda tivemos mais cerca de quatro pessoas identificadas e estamos a analisar também, neste momento, as imagens que foram recolhidas pelos órgãos de comunicação social para tentar identificar mais indivíduos que estiveram envolvidos nas agressões”, afirmou Iúri Rodrigues, comandante da 1ª Divisão Policial do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em declarações aos jornalistas.

No âmbito das três detenções, a PSP está a analisar o enquadramento jurídico, processo que se prevê concluído ainda hoje, “daqui a algumas horas”, explicando que há duas situações que podem acontecer: “Ou são presentes amanhã [sábado] perante a autoridade judiciária competente, ou são notificados para depois fazerem a sua apresentação espontânea”.

Questionado se houve registo de cidadãos feridos, além dos dois polícias, Iúri Rodrigues disse que a PSP tem a indicação de “uma pessoa que foi identificada como vítima e que se deslocou à esquadra para apresentar a queixa”.

O comandante da PSP realçou a realização de “dois eventos que foram comunicados e que foram proibidos pela autoridade competente”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), referindo-se a duas concentrações marcadas para o Martim Moniz, uma promovida pelo partido Ergue-te e grupos de extrema-direita e uma contramanifestação a essa mesma iniciativa.

Esses dois eventos justificaram a mobilização de um dispositivo policial para “fazer cumprir a ordem da autoridade administrativa, portanto a proibição” da realização dessas iniciativas, explicou Iúri Rodrigues, referindo que o partido Ergue-te tentou realizar a iniciativa no Largo de São Domingos, junto ao Rossio, e foi nesse local que se verificaram dois momentos de “elevada tensão”, que exigiram a intervenção da PSP.

O primeiro momento foi após a PSP ter notificado, verbalmente, o líder do Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, de que “teria de fazer cessar o evento, porque caso não o fizesse, incorreria num crime de desobediência”.

“Infelizmente, apesar de ter sido reiterada, várias vezes, esta ordem, não cumpriu, pelo que foi dada, por ordem minha, a voz de detenção, tendo sido retirado no local”, declarou Iúri Rodrigues, acrescentando que, durante esse momento, pessoas que o acompanhavam insurgiram-se, o que motivou a intervenção da PSP e dois polícias ficaram “ligeiramente feridos”.

“Vão receber tratamento hospitalar por algumas escoriações”, apontou o comandante da PSP, acrescentando que, nesse âmbito, foi detido um outro cidadão “por ter praticado esses atos” de agressão.

O outro momento de tensão, segundo a PSP, foi quando houve no local, no Largo de São Domingos, “uma concentração bastante significativa” de um grupo que se opunha ao evento do Ergue-te, o que “dificultou bastante” a atuação policial, registando-se “algumas desordens, algumas agressões”.

“Tentámos atuar prontamente e efetivámos a detenção também de outro indivíduo que esteve envolvido na desordem e também ameaçou e tentou coagir uma jornalista, e fizemos a sua retirada no local, o que também fez com que houvesse novamente mais uma tensão, uma elevada tensão, que nos obrigou a intervir”, expôs o comandante da PSP, referindo ao líder do grupo de extrema-direita 1143, Mário Machado, que conta com um histórico de diversas condenações.

Sobre se a PSP tardou a intervir, o comandante disse que a atuação “é sempre muito dinâmica”, com a avaliação do risco e a escolha do “momento adequado”, em consideram que “a ordem tem mais condições para ser bem executada e para minimizar o risco de qualquer intervenção mais gravosa”.

Quanto ao tradicional desfile das celebrações do 25 de Abril, desde a Praça Marquês de Pombal até à Avenida Liberdade, “decorreu praticamente sem quaisquer incidentes”, adiantou Iúri Rodrigues, referindo que houve também um desfile que se concentrou no Largo do Rato e foi até à Praça do Comércio, onde se registou “a tentativa de arremesso de um ovo durante o desfile, que felizmente não acertou em ninguém”.

 

SSM //

By Impala News / Lusa

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