Terminada primeira ronda de negociações entre Taiwan e EUA sobre tarifas recíprocas

O Governo de Taiwan afirmou hoje ter concluído a primeira ronda de negociações com os Estados Unidos sobre “tarifas recíprocas e outras questões económicas e comerciais”, adiantando que as reuniões decorreram em ambiente “franco e cordial”, segundo fontes oficiais.

Em comunicado, o Gabinete de Negociações Comerciais de Taiwan referiu que as conversações, que terminaram na quinta-feira em Washington, incidiram sobre direitos aduaneiros, barreiras comerciais e “várias formas de cooperação económica e comercial entre Taiwan e os Estados Unidos”.

“Ambas as partes expressaram a expectativa comum de reforçar a cooperação económica e comercial bilateral e manifestaram o seu desejo de criar mais oportunidades para o desenvolvimento industrial e económico de ambos os países com base no benefício mútuo”, afirmou a agência governamental, citada pela agência EFE.

Também “concordaram em continuar as consultas a curto prazo sobre várias questões, com o objetivo de procurar ativamente o consenso e explorar uma cooperação mais profunda”, refere o texto oficial, sem revelar detalhes específicos sobre o conteúdo das conversações ou os funcionários norte-americanos presentes.

Citada no comunicado, a vice-primeira-ministra de Taiwan, Cheng Li-chiun, sublinhou a confiança de que, através de um “diálogo contínuo e aberto baseado na compreensão mútua”, será possível “consolidar o maior grau possível de consenso” entre as duas partes.

Esta reunião presencial decorreu três semanas depois de os dois países terem realizado uma primeira videoconferência sobre as “tarifas recíprocas” anunciadas em 02 de abril pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, contra os principais parceiros comerciais de Washington, num montante de 32% para a ilha.

O Presidente de Taiwan, William Lai, propôs encetar negociações com os EUA com base na premissa de “tarifas zero”, seguindo o modelo do tratado México-EUA-Canadá.

De acordo com o presidente, Taipé “procurará reduzir o desequilíbrio comercial” com Washington através da aquisição de energia, produtos agrícolas, bens industriais e armamento, bem como aumentar o investimento em território americano e “eliminar as barreiras comerciais não pautais”.

Se estas linhas de negociação falharem e os EUA impuserem direitos sobre os semicondutores – o principal ativo de exportação da ilha – ou reativarem as suas “tarifas recíprocas”, o impacto na economia de Taiwan seria significativo e o Governo já admitiu que teria dificuldades em crescer acima dos 03%.

DA // SSS

By Impala News / Lusa

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