Rússia saúda nova posição dos Estados Unidos sobre a Ucrânia

A Rússia saudou hoje a posição dos Estados Unidos por terem votado na ONU, ao lado de Moscovo, contra uma resolução preparada por Kiev e pelos aliados europeus a condenar a agressão russa à Ucrânia.

Rússia saúda nova posição dos Estados Unidos sobre a Ucrânia

“Constatamos que os Estados Unidos estão a adotar uma posição muito mais equilibrada, verdadeiramente centrada nos esforços para resolver o conflito ucraniano”, declarou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa.

“Congratulamo-nos com isso. Esta posição equilibrada demonstra um desejo real de contribuir para uma solução”, disse Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Em sentido contrário, Peskov referiu não ver qualquer “sinal de equilíbrio” entre os europeus, que apoiaram a resolução de condenação de Moscovo, votando contra os Estados Unidos.

“Talvez como resultado dos contactos entre os europeus e os americanos, de uma forma ou de outra, a Europa gravite em direção a um maior equilíbrio”, acrescentou.

Três anos após o início da ofensiva russa na Ucrânia, a ONU votou na segunda-feira uma série de resoluções sobre o conflito com votos que demonstraram a reviravolta de Washington na questão.

Uma primeira resolução preparada pela Ucrânia e pelos seus aliados europeus foi adotada pela Assembleia Geral da ONU por 93 votos a favor, 18 contra e 65 abstenções, num total de 193 Estados membros.

Esta primeira resolução, contra a qual votaram a Rússia e os Estados Unidos, insiste nomeadamente na retirada imediata das tropas russas do território ucraniano.

Desafiando Kiev e os europeus, os Estados Unidos apresentaram uma resolução concorrente à Assembleia, apelando para um fim rápido do conflito, mas sem qualquer referência à integridade territorial da Ucrânia.

O segundo texto foi amplamente modificado por várias alterações de países europeus que apontavam claramente o dedo à Rússia e foi adotado por 93 votos a favor, oito contra e 73 abstenções.

Mas o texto original dos Estados Unidos foi então submetido ao Conselho de Segurança, que o adotou sem que a França ou a Grã-Bretanha o vetassem.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, segundo alegou na altura o Presidente russo, Vladimir Putin.

Três anos depois, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu com a posição da administração do antecessor, Joe Biden, e quer negociar o fim do conflito, num processo que inclui o acesso a minerais da Ucrânia.

PNG // APN

By Impala News / Lusa

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