Rio de Janeiro inspira-se em Lisboa para ser centro tecnológico da América Latina

Dirigentes do Rio de Janeiro dizem que a cidade se tem inspirado em Lisboa, que reforçou a aposta na inovação através de eventos como o Web Summit, para se tornar no centro tecnológico da América Latina

Rio de Janeiro inspira-se em Lisboa para ser centro tecnológico da América Latina

Em declarações à Lusa, o diretor de relações internacionais do parque Maravalley, o novo parque tecnológico do Rio de Janeiro, frisou que “Lisboa sempre foi um grande ‘case [study’, exemplo para estudo]”.

Lisboa “passou por um processo que é muito o que a gente quer desenvolver”, disse Júlio Azevedo.

“Uma cidade que encontrou na tecnologia um caminho de desenvolvimento económico e que virou um grande ‘hub’ daquela região”, sublinhou o responsável carioca, à margem da terceira edição do Web Summit Rio, que termina hoje.

O objetivo da prefeitura do Rio de janeiro, “é fazer muito parecido com o que Lisboa fez, virar um grande ‘hub’ global tecnológico do epicentro da América Latina e o Web Summit a gente sabe que ele é um grande potencial de fazer essa chave virar”, considerou.

Para sustentar esse possível crescimento, o município criou em 2024 o Maravalley, um parque tecnológico com ligação direta ao Instituto de Matemática Pura e Aplicada.

Instalado na zona portuária, o parque junta academia, mercado e poder público num mesmo espaço, com o objetivo de transformar conhecimento em negócios e requalificar urbanisticamente a região.

“Não só vamos criar uma densidade de empresas de tecnologia, como vamos mudar completamente a ocupação da região portuária”, destacou Azevedo.

O impacto já se reflete no Web Summit Rio, que conta este ano com um número recorde de 20% de startups cariocas entre as mais de 1.300 presentes no evento.

Em declarações à Lusa, a startup manager do Web Summit, Maria Ana Encarnação, frisou que a edição do Web Summit Rio “acaba de bater um novo recorde com 1.397 ‘startups’, de 43 países, um salto de 31% em relação ao ano passado”.

“Pela primeira vez, já temos ‘startups’ inscritas para 2026. Nunca vimos ‘startups’ a inscreverem-se tão cedo, e isso mostra a vontade que há em fazer parte da comunidade global do Web Summit”, disse.

O Rio de Janeiro é, desde domingo e até hoje, o centro mundial da inovação tecnológica, com 28 ‘startups’ portuguesas entre as mais de mil na Web Summit Rio, que quer criar novas pontes num momento de mudança nas alianças comerciais.

A inteligência artificial, a sustentabilidade, a tecnologia financeira, a regulamentação das plataformas e a diversidade na tecnologia serão outros dos focos do evento, que vai na terceira edição no Rio de Janeiro e que, segundo o Governo carioca, tem potencial para atrair mais de 800 mil pessoas e injetar na economia carioca cerca de 1,2 mil milhões de reais (cerca de 250 milhões de euros) até 2028.

Do lado português, estão presentes 28 ‘startups’ com o foco em soluções de inteligência artificial, recursos humanos e desporto e ‘fitness’, apoiada pela Startup Portugal e pela Unicorn Factory Lisboa, das quais 11 participam na conferência no âmbito da iniciativa Business Abroad”, indicou a organização, em comunicado.

O evento tecnológico, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações, em Lisboa, em 2016 e vai manter-se na capital portuguesa até 2028. A empresa registou também, além do Rio de Janeiro, uma expansão para o Médio Oriente, com o Web Summit Qatar, que se realizou no início de 2024.

 

MIM // VQ

By Impala News / Lusa

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