Presidente do Brasil alerta sobre riscos do autoritarismo e de nova “guerra fria”
O Presidente brasileiro alertou hoje para os riscos que uma “nova guerra fria”, o negacionismo e o autoritarismo representam para as democracias, durante uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em Tóquio.

Luiz Inácio Lula da Silva abordou assim o contexto global marcado pelas tensões entre Estados Unidos e China e pelas ameaças ao multilateralismo, como parte de sua visita de Estado ao Japão.
“Este é um ano muito importante para o Brasil reafirmar uma nova parceria estratégica com o Japão”, disse o Presidente brasileiro, acrescentando que este é “um momento histórico” porque “a democracia está em risco” no mundo todo.
Lula da Silva destacou especificamente o protecionismo, “que volta a ser tema de debate em alguns países importantes (…), a nova guerra fria entre Estados Unidos e China (…), a imposição do negacionismo” e com “o multilateralismo perdendo espaço diante do autoritarismo”.
O chefe de Estado brasileiro também repetiu, em declarações a jornalistas, que 2025 “será um ano chave para o multilateralismo” e que o Brasil está a convocar todos os líderes mundiais a participar da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) contra a mudança de clima.
“O primeiro-ministro e eu concordamos que a sustentabilidade, a paz e a democracia são essenciais para o futuro do planeta. O extremismo, o discurso de ódio e as notícias falsas solapam instituições e fomentam a intolerância”, disse.
O Presidente brasileiro também enfatizou a importância da colaboração entre Japão e Brasil na promoção da democracia, bem como do multilateralismo e do livre comércio, que oferecem “a maior oportunidade de parceria entre países e desenvolvimento mútuo”.
Referindo-se ao conflito na Ucrânia, Lula da Silva lembrou que a Europa era uma parte do mundo tranquila, mas, depois da guerra da Ucrânia, o continente voltou a preparar-se para comprar armas e fazer investimentos em armamentos.
Sobre Gaza, afirmou que seu país observa com “com muita seriedade o fim do cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde muitas pessoas já foram mortas”, lembrando, com “tristeza”, a morte de um brasileiro numa prisão em Israel.
Durante um encontro no Palácio Akasaka, em Tóquio, Lula da Silva e Ishiba discutiram um plano de ação que visa fortalecer diversas áreas de cooperação bilateral, incluindo segurança e investimentos.
O Governo brasileiro informou que o encontro resultou na assinatura de dez acordos e 80 instrumentos de cooperação entre as duas nações e na decisão de que os chefes de Estado dos dois países farão visitas recíprocas a cada dois anos.
Lula da Silva viajou ao Japão acompanhado de uma grande delegação, incluindo 11 ministros e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
O chefe de Estado brasileiro encerra a sua visita de Estado ao Japão na quinta-feira, antes de seguir para o Vietname.
CYR // JMC
By Impala News / Lusa
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