Novo Governo da Madeira sem “mudanças substanciais”
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, disse hoje que não haverá “mudanças substanciais” na orgânica do executivo empossado na terça-feira e justificou a necessidade da integração da pasta do Ambiente na Secretaria Regional do Turismo.

“Não vai haver mudanças substanciais. Vai haver algumas adaptações” na orgânica do XVI Governo Regional da Madeira de coligação PSD/CDS-PP, afirmou o governante, que hoje participou nas comemorações do 32.º aniversário do Comando Operacional da Madeira, argumentando que o elenco tem um conjunto de novos titulares, o que representa a necessidade de “adaptar alguns elementos”, passando também por algumas nomeações e escolha de diretores regionais.
O XVI Governo da Madeira, resultante das eleições regionais antecipadas de 23 de março, é composto por oito Secretarias, mais uma que no executivo anterior, tendo Miguel Albuquerque reconduzido apenas dois titulares, os responsáveis pela Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, e do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, que passa a ter também a tutela do Ambiente.
Questionado sobre esta junção, Albuquerque explicou que a decisão foi tomada para “não haver conflito de interesses”.
Segundo Miguel Albuquerque, “dado o sucesso do turismo e a pressão que está a fazer sobre os espaços de atratividade, essa pressão exige uma melhor articulação entre a gestão dos espaços ambientais e a oferta turística e nada melhor do que enquadrá-lo [Ambiente] na mesma Secretaria”.
O governante salientou que “o turismo hoje na Madeira está estreitamente ligado ao ambiente e o uso excessivo com algumas zonas de concentração vai obrigar a tomar decisões em articulação com os agentes do turismo”.
Miguel Albuquerque defendeu, ainda, ser necessário “diversificar a oferta dos espaços com preservação dos ecossistemas”, além de “diversificar e melhorar novas ofertas turísticas”.
“Temos algumas delas que estão neste momento em equação, uma delas será o novo teleférico do Curral das Freiras. Queremos fazer um novo miradouro panorâmico no Pico da Boneca [concelho de Santana], que tem quase a altura do Cabo Girão, com as mesmas características. Estamos a recuperar os caminhos reais, sobretudo na Calheta”, adiantou.
O chefe do executivo madeirense acrescentou que o objetivo é, “também, avançar com algumas novas atratividades, incluindo a ponte suspensa na Ponta do Pargo [concelho da Calheta]”.
“Tudo isso vai obrigar a que haja uma boa coordenação entre a Secretaria do Turismo e os agentes de turismo no uso controlado desses espaços”, realçou.
Miguel Albuquerque lidera o Governo da Madeira desde 2015, tendo sido empossado na terça-feira como chefe do XVI Governo Regional para o período 2025-2029, na sequência das eleições antecipadas de 23 de março, provocadas pela aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, justificada com as investigações judiciais envolvendo elementos do governo insular.
O PSD foi o partido mais votado, elegendo 23 deputados num universo de 47 lugares na Assembleia Legislativa da Madeira, tendo assegurado a maioria absoluta através de um acordo parlamentar e governativo com o eleito do CDS-PP.
Além dos partidos da maioria, o parlamento madeirense é composto ainda por 11 deputados do JPP, que passou a ser o líder da oposição regional, oito do PS, três do Chega e um da IL.
O executivo madeirense inclui duas mulheres, tendo a pasta da Economia ficado a cargo do líder do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, que foi presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desde 2019.
As legislativas regionais de 23 de março foram as terceiras realizadas na Madeira em cerca de um ano e meio.
AMB // JLG
By Impala News / Lusa
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