IL defende negociações e “resposta cirúrgica” às tarifas sem entrar em escalada

O presidente da IL defendeu hoje a via negocial para responder às tarifas aduaneiras impostas pela administração norte-americana de Donald Trump e pediu que se adote uma “resposta cirúrgica e assertiva”, sem criar uma “guerra tarifária aberta”.

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Em declarações aos jornalistas na Praça do Duque de Saldanha, em Lisboa, onde a IL divulgou hoje um novo cartaz eleitoral, Rui Rocha considerou que Donald Trump iniciou uma “guerra tarifária”, que “é má para todos os portugueses, porque vai atrasar o desenvolvimento económico ou mesmo gerar uma crise económica”.

“Como é que se pode responder a esta situação? A visão da IL é que, do ponto de vista económico, sendo as tarifas negativas más para a economia e para Portugal, não faz sentido ter uma resposta igual, ou seja, aumentar indiscriminadamente tarifas”, sustentou.

Para Rui Rocha, o que faz sentido é tomar medidas que mostrem a Donald Trump que Portugal “não está contente” com as tarifas aduaneiras e adotar uma “resposta cirúrgica e assertiva, focada em aspetos essenciais, mas que não envolva o mundo numa guerra tarifária aberta, indiscriminada”.

Interrogado se considera que o Estado português deve apoiar os setores mais afetados pelas tarifas, Rui Rocha considerou que “essa decisão seria apressada neste momento”, frisando que agora é preciso mostrar a Donald Trump “que esta decisão é errada” para os próprios Estados Unidos.

“E, portanto, estar a tomar já medidas de apoio apressadas sem que se esgote a possibilidade de fazer reverter estas decisões por via negocial… Parece-me que é o momento de esperar, de negociar, de insistir na via diplomática. Medidas de apoio a algo que ainda não está totalmente concretizado não fazem sentido nesta altura”, afirmou.

Já sobre se considera que o Governo desvalorizou esta questão, como criticou o secretário-geral do PS e a coordenadora do BE, Rui Rocha afirmou não lhe parecer que “se possa fazer essa acusação” atualmente.

“As questões ainda estão muito no início. Haverá seguramente momento para negociações, já veremos se o Presidente Trump, que tomou esta decisão, tem margem ou não para fazer algum tipo de recuo”, disse.

O líder da IL considerou que este é o momento “de tomar as medidas certas, cirúrgicas assertivas” e de “insistir na negociação”, manifestando a esperança de que, no final, se consiga mesmo “diminuir as tarifas em todo o mundo, nas relações com os diferentes Estados da Europa e com Portugal”.

Rui Rocha aproveitou ainda o tema para deixar críticas ao Chega, que não mencionou diretamente, frisando que quem, “em Portugal defende estas políticas de Trump, está ao serviço de Trump, mas não seguramente ao serviço dos portugueses”.

As tarifas, que o Presidente dos EUA chama de “recíprocas”, entram hoje em vigor, tratando-se de uma taxa que se soma à tarifa mínima global de 10% que se começou a aplicar em 05 de abril.

Contempla uma taxa de 20% sobre as importações da União Europeia e de 34% sobre os produtos chineses, enquanto os produtos da Índia passam a pagar 26%, de Taiwan 32% e do Vietname 46%.

Perante estas taxas, fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro indicou hoje que o Conselho de Ministros de quinta-feira vai discutir o tema e debater eventuais respostas, depois das reuniões do Governo com associações empresariais.

TA (SMA/MES/PDF/PNG) // SF

By Impala News / Lusa

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