Governo espanhol anuncia investimento de 10,5 mil milhões de euros em defesa
O primeiro-ministro espanhol anunciou hoje um investimento de 10,47 mil milhões de euros no âmbito do plano de segurança e defesa, aprovado no Conselho de Ministros.

O objetivo é destinar 2% do produto interno bruto (PIB) para esta área, meta que o Governo espanhol tinha proposto alcançar em 2029.
Pedro Sánchez disse que o plano de indústria e tecnológico, agora aprovado, vai ser enviado para Bruxelas para avaliação pela União Europeia (UE) e pela NATO.
O objetivo é garantir a segurança do país e “consolidar Espanha” como um membro “central e fiável”, afirmou o também secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), num encontro com jornalistas.
Espanha é o país da NATO que está mais longe de alcançar o objetivo dos 2% até 2029. De acordo com a organização, Madrid investiu 1,2% do PIB em defesa em 2023.
Sánchez garantiu que o investimento adicional será feito sem comprometer os gastos sociais ou ambientais, sem aumentar impostos nem o défice ou a dívida, como já tinha avançado no mês passado.
Indicou que este plano vai criar perto de 100 mil empregos no país, dos quais 36 mil diretos e 60 mil indiretos, na maioria “com níveis de qualificação e salários superiores à média” espanhola.
O primeiro-ministro espanhol apontou que o plano vai resultar no aumento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 0,4 e 0,7 pontos percentuais.
O montante adicional de 10,47 mil milhões de euros vai juntar-se ao investimento feito ao longo dos últimos anos até chegar a um valor total de 33,123 mil milhões de euros em segurança e defesa, o que pressupõe 2% do PIB.
O primeiro pilar do plano vai concentrar 35% dos gastos para aumentar o número de efetivos das Forças Armadas, melhorar condições laborais e equipamento.
O plano inclui também elaboração, fabrico e aquisição de novas capacidades de telecomunicações e cibersegurança, fabrico e compra de novos equipamentos de defesa e dissuasão – capítulo que vai absorver 19% do investimento -, e o reforço das capacidades militares na resposta a emergências e desastres naturais (17%).
O quinto capítulo do plano será destinado a melhorar as condições de segurança de quase três mil efetivos que integram as 16 missões de paz espanholas no estrangeiro.
Sánchez disse que vai apresentar, durante o dia, o plano aos deputados, mas, de acordo com a Constituição, não precisa da aprovação do Congresso dos Deputados (câmara baixa) por o plano não implicar maior esforço orçamental.
O primeiro-ministro espanhol, que lidera um Governo de coligação dividido sobre este tema, reconheceu a existência de divergências nesta questão.
“Existem, mas creio honestamente, creio firmemente que esta é uma questão do país para a qual todos devemos contribuir, afastar diferenças por estar em jogo algo tão sério como a segurança da Europa e de Espanha”, sublinhou Pedro Sánchez.
Em março, Sánchez tinha defendido a criação de uma “política de segurança e defesa comum”, com instrumentos financeiros únicos e “compras conjuntas”, tal como aconteceu com as vacinas da covid-19, assim como indústrias pan-europeias de defesa e a formação de um exército europeu.
O executivo, formado pelo Partido Socialista (PSOE) e pela plataforma de esquerda Somar, governa sem maioria absoluta e depende de uma ‘geringonça’ de oito partidos de sensibilidades diferentes representados no parlamento para viabilizar leis como o Orçamento do Estado.
EJ (MP) // APN
By Impala News / Lusa
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