BE acusa Montenegro de fugir a explicações, PCP diz que PM já se devia ter demitido

O BE acusou hoje o primeiro-ministro de “fugir a explicar o caso Spinumviva” e considerou que deveria ter apresentado todas as declarações, enquanto o PCP defendeu que Luís Montenegro já se podia ter demitido.

BE acusa Montenegro de fugir a explicações, PCP diz que PM já se devia ter demitido

Em declarações aos jornalistas à margem da manifestação do 1.º de Maio, organizada pela CGTP, em Lisboa, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou que o primeiro-ministro “tinha de ter declarado aquelas empresas há muito tempo, é sua obrigação legal declarar”.

Para a coordenadora do BE, “quem está em falha é o primeiro-ministro, que não fez a declaração que tinha de ter feito”.

“É irónico que no Dia do Trabalhador, em que queremos lutar pelos direitos de todos os trabalhadores e de quem faz tanto esforço para chegar ao final do mês e pagar as suas contas, estejamos a discutir as avanças do primeiro-ministro quando deixou a sua carreira política”, afirmou.

Mariana Mortágua acusou ainda Luís Montenegro de estar “a fugir a explicar o caso da Spinumviva desde o início” e de ter “arrastado o país por uma crise política para não dar explicações” sobre a empresa que fundou e que é agora dos seus filhos.

O Expresso noticiou na quarta-feira que o primeiro-ministro entregou uma nova declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do debate televisivo com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

Hoje, o Correio da Manhã e a CNN Portugal referem que duas destas empresas, que já tinham relações com o Estado, conseguiram contratos de milhões de euros já durante o Governo liderado por Luís Montenegro.

Também em declarações aos jornalistas depois de saudar a manifestação, uns metros mais à frente, o secretário-geral do PCP afirmou que as informações que já eram conhecidas sobre o caso Spinumviva “tinham sido suficientes para que o primeiro-ministro se tivesse demitido” e acusou Montenegro de “empurrar com a barriga”.

“Teria dado um grande contributo à democracia”, salientou.

Paulo Raimundo admitiu que o caso possa contaminar a campanha eleitoral que arranca oficialmente no domingo, mas garantiu que isso não acontecerá com o PCP, apesar de antecipar que serão conhecidos novos dados no futuro.

Pelo PAN, a porta-voz, Inês de Sousa Real, defendeu que o chefe do Governo deveria ter “garantido que se separava e afastava daquilo que era a vida empresarial, porque há aqui alguns potenciais conflitos de interesse que demonstram que o mesmo priorizou os seus interesses familiares e empresariais ao invés do país”.

“É absolutamente lamentável inclusivamente que para evitar não só uma comissão parlamentar de inquérito, mas também para afastar o foco em torno das suas empresas, tenha arrastado o país para estas eleições. É normal que os portugueses estejam chateados, estejam indignados com termos um novo ciclo de eleições”, acrescentou.

Já o coordenador do Livre, que já tinha comentado esta situação hoje, disse admirar-se que “não haja neste momento um verdadeiro cordão sanitário em torno de Luís Montenegro, de partidos e de gente, incluindo o próprio PSD”.

“Luís Montenegro quer pôr o país sob a chantagem de fazer de cada português, de cada eleitor, um juiz e de querer ser absolvido pelo tribunal das eleições”, criticou.

Rui Tavares considerou ainda que “é preciso muita lata da parte de Luís Montenegro”, afirmando que o primeiro-ministro “poderia ter procurado soluções com o parlamento para que as informações que tivessem de ser dadas respeitassem o sigilo profissional”.

 

FM // SSS

By Impala News / Lusa

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