Ásia deve procurar novos parceiros comerciais – Banco Asiático de Desenvolvimento

O presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), Masato Kanda, afirmou que os países asiáticos devem diversificar os parceiros comerciais e impulsionar a procura interna para ultrapassar a guerra comercial desencadeada por Washington

Ásia deve procurar novos parceiros comerciais - Banco Asiático de Desenvolvimento

“Não há lugar para complacência, uma vez que os Estados Unidos persistem na sua estratégia de aplicação de tarifas elevadas”, disse, em entrevista à agência de notícias financeiras Bloomberg, o presidente do BAD, sediado em Manila.

“Este é o momento para a Ásia impulsionar a procura interna, seguir políticas económicas sólidas e diversificar as indústrias e os parceiros comerciais”, acrescentou.

Os países da região Ásia-Pacífico — a área de influência do BAD –, principalmente a China e as nações do Sudeste Asiático, foram os mais atingidos pelas chamadas “tarifas recíprocas” do Presidente dos EUA, Donald Trump.

O Camboja é o segundo país mais afetado pelas taxas, com 49%. Países como o Vietname e a Tailândia foram atingidos com taxas de 46% e 36%, respetivamente.

Estas nações servem como pontos de transbordo de produtos chineses para o estrangeiro, sobretudo para os Estados Unidos, uma forma usada por exportadores chineses para contornar as taxas impostas já durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021).

O líder norte-americano concedeu uma trégua de 90 dias na sua guerra comercial à escala mundial, com exceção da China, que viu as tarifas sobre os seus produtos aumentarem para 145%.

Pequim retaliou com taxas alfandegárias adicionais de 125% sobre produtos norte-americanos.

Em meados de abril, o BAD advertiu que a decisão da China de responder às tarifas norte-americanas teria um “efeito de arrastamento” em toda a Ásia, dada a dependência de muitos países da segunda maior economia mundial, e apelou à região para aprofundar os seus laços económicos.

“O que podemos fazer é proteger as economias regionais dos choques externos e reforçar a sua capacidade de resistência a futuras crises”, defendeu Kanda.

 

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By Impala News / Lusa

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