ONU precisa de 185 ME para apoiar Moçambique após três ciclones com 150 mortos

As Nações Unidas precisam de quase 200 milhões de dólares (184,4 milhões de euros) para assistência humanitária a 921 mil afetados pelos três ciclones que atingiram Moçambique desde dezembro, provocando cerca de 150 mortos, foi hoje anunciado.

ONU precisa de 185 ME para apoiar Moçambique após três ciclones com 150 mortos

De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), divulgado hoje e consultado pela Lusa, o financiamento visa apoiar cerca de 525 mil crianças, 350 mil adultos, além de 46 mil idosos em sete províncias do centro e norte do país, afetadas pelas intempéries.

Estas foram necessidades detetadas na sequência da passagem dos ciclones Chido (dezembro), Dikeledi (janeiro) e Jude (março), que afetaram principalmente o norte do país, tendo deixado um rastro de destruição e mortes nas regiões.

Entre a assistência humanitária que será prestada, incluem-se na vertente da segurança alimentar e meios de subsistência, com um financiamento de 54 milhões de dólares (50,9 milhões de euros), serviços de saúde, com 20,9 milhões de dólares (19,3 milhões de euros) e produtos não alimentares, com 32,4 milhões de dólares (29,7 milhões de euros), explica o documento.

De acordo como o relatório, a província de Nampula, uma das mais afetadas por estes fenómenos climáticos no país, precisa de cerca de 46 milhões de dólares (42,4 milhões de euros) para a assistência a 234.000 afetados pelo Dikeledi, entre as quais 133.000 são crianças.

Os ciclones Chido e Dikeledi provocaram respetivamente pelo menos 120 e 11 mortos, e atingiram o país entre dezembro do ano passado e janeiro último, com maior impacto nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736.000 pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

O Jude, o mais recente ciclone tropical, entrou em Moçambique em 10 de março, através do distrito de Mossuril, em Nampula, tendo feito, até ao momento, pelo menos 16 mortos e mais de 302 mil afetados nas províncias de Tete, Manica e Zambézia, no centro de Moçambique, e Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte do país.

De acordo com os dados oficiais, do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), há pelo menos 70.163 casas total ou parcialmente destruídas, outras 988 inundadas e 134 edifícios de culto afetados pelo ciclone Jude.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

 

LYCE // ANP

By Impala News / Lusa

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