Fitch mantém ‘rating’ de Cabo Verde em B e vê dívida descer a 98% do PIB em 2026
A agência de notação financeira Fitch Ratings manteve hoje o ‘rating’ de Cabo Verde em B, com perspetiva de evolução estável, antevendo um crescimento da economia de 5,5% este ano e o próximo e a redução da dívida.

“O ‘rating’ de Cabo Verde reflete os fortes indicadores de governação face aos pares, uma perspetiva de crescimento económico robusto sustentado no setor crescente do turismo, consolidação orçamental sustentada e níveis adequados de reservas internacionais”, lê-se na nota que acompanha a decisão hoje anunciada.
Para os analistas da Fitch Ratings, estes fatores positivos são, no entanto, equilibrados com “a elevada, ainda que em queda, dívida pública e endividamento externo, grandes vulnerabilidades financeiras e persistentes vulnerabilidades externas”.
A agência de ‘rating’ admite que o aproximar das eleições possa abrandar o ritmo de reformas nas empresas públicas, mas ainda assim antevê um crescimento de 7,3% em 2024, que abrandará para uma média de 5,5% neste e no próximo ano, apoiado maioritariamente no setor do turismo, o principal motor da economia.
A inflação deverá abrandar de 3,7% em 2023 para 1% entre 2024 e 2026, refletindo a normalização dos preços dos combustíveis importados e a taxa de indexação do escudo ao euro.
Por outro lado, o défice orçamental passou de um excedente de 0,1% em 2023 para um saldo negativo de 0,7% no ano passado, mas deverá melhorar para um excedente de 0,3% este ano, impulsionado pelo aumento da receita e da concessão aeroportuária.
Depois de ter registado um valor de 115% em 2023 e 109% no ano passado, a dívida pública deverá cair para 98% do PIB em 2026.
Embora o nível da divida esteja ainda assim muito acima da média de 49% registada nos países a que a Fitch atribui o rating B, abaixo da escala de recomendação de investimento, o custo é bem menor que nos outros países, já que boa parte da dívida é concessional, notam os analistas.
Sobre as eleições do próximo ano, a Fitch diz que não espera “grandes mudanças em termos de crescimento ou de trajetória orçamental caso haja uma transição política”, mas alerta que “há riscos provenientes de uma potencial regressão nas reformas nas empresas públicas, o que poderia configurar consideráveis desafios orçamentais a médio prazo”.
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By Impala News / Lusa
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