Unicef apoiou 18.800 crianças moçambicanas em janeiro face a desastres e conflitos

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) prestou assistência nutricional em janeiro a cerca de 18.800 crianças moçambicanas com menos de cinco anos, afetadas por desastres naturais e conflitos armados. 

Unicef apoiou 18.800 crianças moçambicanas em janeiro face a desastres e conflitos

No mesmo período, a Unicef tratou ainda 182 crianças afetadas pela desnutrição aguda grave e administrou suplementos de vitamina A a outras 6.650, de acordo com um relatório.

“A Unicef está a abordar a malnutrição entre os grupos de risco nas comunidades afetadas por conflitos e ciclones nas províncias de Cabo Delgado e Nampula”, avança o documento.

A agência da ONU entregou ainda 186 ‘kits’ de saúde de emergência, para responder à crise humanitária naquelas duas províncias do norte de Moçambique provocada por eventos extremos, como ciclones e tempestades, abrangendo assim cerca de 80 mil crianças em oito distritos de Nampula e mais de 40 mil pessoas em Cabo Delgado.

“Além disso, a Unicef mobilizou 190 brigadas móveis integradas de Saúde para 171 das comunidades mais vulneráveis nestas províncias, prestando serviços de saúde a cerca de 17 mil crianças com menos de cinco anos. Isto incluiu vacinações (…) para crianças, serviços pré-natais e pós-natais para mais de 5.600 mulheres e tratamento para mais de 2.700 homens adultos”, refere-se no relatório.

A Unicef ajudou ainda quase três mil crianças que “sobreviveram à violência” em zonas afetadas por conflitos armados e ajudou na restauração de 12 escolas no país, afirma.

“Na sua resposta contínua à seca, a Unicef ajudou mais de 1.900 crianças em Sofala [no centro do país]. Adicionalmente, foram vacinadas 449 crianças contra o sarampo e mais de 1.200 crianças receberam suplementos de vitamina A”, explica.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

Só entre dezembro e março, o país já foi atingido por três ciclones, que, além da destruição de milhares de casas e infraestruturas, provocaram cerca de 175 mortos, no norte e centro do país.

Os eventos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

Por outro lado, desde outubro de 2017 que Cabo Delgado, província do norte, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos na província, um aumento de 36%, segundo dados do Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa dos Estados Unidos que analisa conflitos em África.

 

LYCE // VQ

By Impala News / Lusa

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