Portugal cria equipa com Stanford para explorar inovações na prevenção de fogos
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior termina uma visita à Califórnia durante a qual foi criada uma equipa para explorar inovações na prevenção de fogos

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, termina hoje uma visita à Califórnia durante a qual foi criada uma equipa entre Portugal e a Universidade de Stanford para explorar inovações na prevenção de fogos e neutralidade carbónica. Este foi um dos resultados do “Science Policy Workshop”. Que reuniu peritos portugueses e norte-americanos na instituição académica situada em Palo Alto, no âmbito da criação da nova Escola em Ciências Ambientais da universidade e da iniciativa “GoPORTUGAL — Parcerias Globais de Ciência e Tecnologia para Portugal”. “Foi uma discussão para lançarmos vários dados”, disse à Lusa o ministro Manuel Heitor. “Fiquei particularmente surpreendido pelo entusiasmo de muitos académicos de topo em Stanford de quererem trabalhar com Portugal. E com a comunidade científica e empresarial portuguesa”.
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O governante explicou que há interesse no estabelecimento de um programa com Stanford na linha do que existe entre Portugal e o MIT, Carnegie Mellon e a Universidade do Texas em Austin. Um dos focos é a colaboração na prevenção e combate aos fogos. Um problema que a Califórnia tem em comum com Portugal. “Apesar de sabermos que o contexto dos fogos em Portugal é bastante diferente dos fogos na Califórnia, há interesse e eles olham para Portugal como um país moderno. Que tem hoje uma comunidade científica moderna”, disse o ministro. No encontro discutiu-se a formação de um conjunto de dados únicos sobre a Califórnia e Portugal. Com a aplicação de inteligência artificial e a colaboração de empresas como a Google e a Plane. Que possam ser utilizadas no campo da gestão do território.
“Olham para Portugal como um país moderno”
A equipa agora criada vai estudar formas de desenvolver esta plataforma para a colaboração entre estudantes, investigadores, agências governamentais e empresas privadas em Portugal. Com foco na prevenção de fogos e na gestão das redes de energia orientadas para a descarbonização da economia. “Falou-se num processo de seis meses para eventualmente começar no próximo ano letivo. Sujeito a este trabalho que agora tem de ser feito”, salientou o ministro. A equipa será composta por dois elementos em Stanford. A professora de engenharia de recursos energéticos Inês Azevedo e a reitora de investigação Kathryn Moler. E dois especialistas em Portugal, o presidente da Agência Espacial Portuguesa, Ricardo Conde, e o Coordenador da Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado (eBUPI), Pedro Tavares.
“Não há muitos portugueses cá. Mas os que há sobressaem e geram ‘preconceito’ positivo em relação a Portugal”
“Estamos a tentar também vir a enquadrar esta potencial parceria entre Portugal e Stanford no âmbito de um acordo mais vasto entre Portugal e a Califórnia”, referiu o governante. Numa altura em que está em curso a negociação de um acordo de colaboração mútua. A missão incluiu ainda um encontro com empreendedores e investigadores portugueses residentes em Silicon Valley. Um deles foi o responsável de Global Biologics Development da farmacêutica Bayer, Nuno Fontes. Que considerou este tipo de iniciativas “fundamental”. “Depois da covid-19, em que já não estamos tão habituados a estar com pessoas, esta proximidade tem um efeito muito potenciador”, afirmou o responsável. Referindo que o encontro promovido pela delegação portuguesa poderá levar a sinergias entre a Bayer e a Inflammatix, cujo diretor de tecnologia é o português João Fonseca.
Fontes sublinhou que Portugal “está na moda, em São Francisco e na América”. E que a visibilidade que começou com o turismo está agora a permear o radar de investidores e capitais de risco, ajudada pelo impacto de empreendedores portugueses na região. “Portugal já está no mapa, e com muita credibilidade”, afirmou. “Não há muitos portugueses cá. Mas os que há sobressaem e geram ‘preconceito’ positivo em relação a Portugal”. Antes de terminar a viagem, a delegação portuguesa desloca-se ainda hoje à sede da empresa Planet. Com quem Portugal está “a negociar uma parceria na área das imagens de satélite. Sobretudo para disponibilizar mais imagens a investigadores e empresas portuguesas”, disse Manuel Heitor. A delegação visita ainda o Centro de Estudos Portugueses da Universidade da Califórnia em Berkeley.
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