Israel destrói hospital de Gaza que alega ser uma base do Hamas

As forças israelitas destruíram hoje o Hospital da Amizade Turco-Palestiniano, situado no corredor de Netzarim, no centro da Faixa de Gaza, alegando que era utilizado por milícias do Hamas, anunciou o exército.

Israel destrói hospital de Gaza que alega ser uma base do Hamas

“Na madrugada de hoje, as Forças de Defesa de Israel atacaram terroristas numa infraestrutura terrorista do Hamas que anteriormente servia de hospital no centro de Gaza”, disse o exército, citado pela agência espanhola EFE.

Segundo Israel, o edifício não era utilizado como hospital há mais de um ano.

O vídeo que mostra a destruição do hospital revela uma aparente detonação controlada, embora o exército não tenha especificado a natureza do ataque.

Antes do cessar-fogo, o corredor de Netzarim era uma faixa de vários quilómetros de largura que atravessava Gaza no sentido este-oeste, dividindo-a em duas metades e isolando os palestinianos do norte do enclave dos do sul.

Israel reocupou na quarta-feira uma parte do corredor, que tinha abandonado no âmbito do acordo de tréguas de 19 de janeiro, depois de ter retomado as operações contra a Faixa de Gaza na segunda-feira à noite.

O hospital terá sido utilizado como base do exército israelita antes de abandonar Netzarim, segundo a imprensa israelita.

As autoridades da Faixa de Gaza acusaram Israel de “estrangular o sistema de saúde” após a destruição do hospital, segundo a agência espanhola Europa Press.

“Este crime é uma tentativa de estrangular ainda mais o sistema de saúde, já esgotado e atacado durante meses de agressão” pelas forças do exército israelita, declarou o Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza.

O ministério disse que tentou reabilitar o hospital durante o cessar-fogo para aumentar a capacidade de assistência, depois de a maior parte dos hospitais da cidade de Gaza e do norte da Faixa “terem sido postos fora de serviço”.

“A ocupação [israelita] não só fechou os postos fronteiriços ao transporte de doentes e feridos de Gaza, (…) como também os impede de receber medicamentos, impede a entrada de hospitais de campanha e continua a destruir e a atacar hospitais”, criticou.

O ministério disse ainda que o hospital foi construído e equipado pelo Governo turco, e era o único em Gaza com capacidade para tratar doentes com cancro antes do início da guerra.

“Apelamos às partes para que autorizem a entrada de hospitais de campanha e de material médico de emergência em Gaza”, acrescentou.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco também condenou o ataque, acusando Israel de ter visado deliberadamente o edifício.

A população de Gaza está sujeita, há quase um ano e meio, a uma guerra que provocou cerca de 50.000 mortos e uma crise humanitária sem precedentes.

A ofensiva israelita na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e de 250 reféns.

PNG // APN

By Impala News / Lusa

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