IA é mais fiável do que motores de busca tradicionais segundo novo estudo
Um estudo da Universidade de Santiago de Compostela assinala que os motores de busca tradicionais apresentam respostas menos corretas quando comparados com os modelos de Inteligência Artificial (IA) estudados.

Um estudo do Centro Singular de Investigación en Tecnoloxías Intelixentes da Universidade de Santiago de Compostela (CiTIUS) assinala que os motores de busca, entre os primeiros vinte resultados, oferecem entre 60 e 70 % de respostas corretas, enquanto modelos de IA apresentaram “uma taxa mais elevada”, entre 80 e 90 %.
No entanto, os autores do estudo publicado na revista científica NPJ Digital Medicine, do grupo Nature, alertam para o facto de as respostas da IA “poderem incorrer num problema característico deste tipo de sistemas”, como “a geração de respostas falsas expressas com grande certeza, que conhecemos como alucinações”.
A publicação analisa o grau de veracidade das respostas obtidas na Internet a perguntas relacionadas com a saúde, com base numa amostra de motores de busca da ‘Web’ e em modelos de IA para analisar o comportamento destes sistemas em resposta a perguntas médicas feitas pelo público em geral.
O estudo avaliou o desempenho de quatro motores de pesquisa tradicionais (Google, Bing, Yahoo e DuckDuckGo) e de sete modelos de IA de conversação, incluindo sistemas de utilização geral como o ChatGPT e o LLaMA3, ou o MedLLaMA, um modelo especificamente treinado para dar respostas a questões médicas.
Os investigadores mediram a capacidade de todas estas tecnologias para dar respostas médicas corretas a um conjunto de perguntas normalizadas, utilizando uma bateria de perguntas médicas reais.
Os motores de busca de inteligência artificial apresentam “uma percentagem mais elevada de respostas corretas, embora o estudo alerte para o facto de a sua utilização não ser isenta de riscos”, acrescenta.
A análise dos erros efetuada ao longo do estudo agrupa os erros em três categorias principais: os que contradizem o consenso médico estabelecido (os mais preocupantes); os que resultam de uma má interpretação da IA da pergunta feita (normalmente porque lhe faltam conhecimentos básicos sobre como as coisas funcionam no mundo real, aquilo a que nós, humanos, costumamos chamar senso comum), e os que resultam em respostas demasiado vagas ou imprecisas que, na prática, não fornecem uma verdadeira ajuda a quem dela necessita.
Um dos autores, Juan Carlos Pichel, sublinha a importância da forma como as perguntas são formuladas porque “um dos riscos mais graves da utilização de IA é que, se não compreenderem bem a pergunta ou não tiverem contexto suficiente, podem dar conselhos inseguros”.
“E o mais preocupante é que o fazem com grande assertividade, o que pode levar a erros fatais, com consequências diretas para a saúde das pessoas”, afirma o especialista.
Para David Losada, Professor de Informática e Inteligência Artificial, uma parte fundamental do trabalho explora a forma de enriquecer as IA com resultados obtidos pelos motores de busca, utilizando técnicas de geração aumentada por recuperação.
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By Impala News / Lusa
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