Cluster liderado pela ONU precisa de 3,2 ME para afetados por ciclone em Moçambique

O Cluster de Coordenação e Gestão de Acampamentos (CCCM, na sigla em inglês), liderado pelas Nações Unidas, precisa de 3,2 milhões de euros para apoiar os afetados pelo ciclone Jude no centro e norte de Moçambique

Cluster liderado pela ONU precisa de 3,2 ME para afetados por ciclone em Moçambique

“O CCCM requer 3,5 milhões de dólares [3,2 milhões de euros] em financiamento para implementar efetivamente (…) intervenções que salvam vidas e apoiar o processo de recuperação [das províncias afetadas]”, lê-se num relatório daquele mecanismo global de coordenação humanitária, coliderado pela Organização Internacional para as Migrações e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique em 10 de março, através do distrito de Mossuril, província de Nampula, tendo feito, até momento, pelo menos 16 mortos e 384.877 afetados, ainda, Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.

De acordo com o CCCM, o financiamento pedido visa apoiar mais de 136 mil pessoas, garantindo uma melhor coordenação local, o acesso a serviços e o envolvimento comunitário.

“As principais atividades incluem estabelecer e equipar estruturas comunitárias (…), realizar operações de remoção de entulho para restaurar o acesso [a algumas vias] e fortalecer mecanismos de coordenação a nível distrital e provincial”, explica o documento.

 Apesar dos desafios operacionais naquelas províncias, o mecanismo afirma que trabalha para aumentar a participação das comunidades, de modo a melhorar a disseminação de informações e apoiar os esforços de cuidados e manutenção das mesmas.

O CCCM foi estabelecido em 2005 e trabalha em situações de desastres naturais com a missão de “coordenar e facilitar a entrega eficiente, eficaz e previsível de proteção e serviços” às comunidades afetadas, protegendo as populações, com “soluções duráveis”, descreve o cluster.

 Segundo o mais recente balanço, divulgado na segunda-feira pelas autoridades moçambicanas, o número de feridos devido à passagem do Jude subiu para 135.

Os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique indicam ainda que o número de famílias afetadas subiu para 82.780.

O país está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram igualmente o norte do país.

Os ciclones atingiram o país entre dezembro e janeiro, com maior impacto nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736 mil pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

 

LYCE // VQ

By Impala News / Lusa

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