Alentejo e Algarve com água para dois anos mas precisam de obras hídricas em curso
O Alentejo e o Algarve têm água garantida para os próximos dois anos, mas é preciso “acelerar as obras” hídricas em curso nestas regiões, destacou hoje a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.

Em declarações aos jornalistas, em Mértola, no distrito de Beja, a governante referiu que o inverno chuvoso que se fez sentir em Portugal foi “um episódio” e que, por isso, no país todos têm de “estar preparados para que haja longos períodos sem chuva”.
“Todos os dados que temos dos últimos oito anos mostram que a quantidade de chuva no sul da Península Ibérica, nomeadamente Andaluzia, Algarve e Alentejo, tem vindo a diminuir e é [para] isso que temos que estar preparados para o futuro”, frisou a ministra.
Maria da Graça Carvalho falava aos jornalistas no final de uma reunião bilateral do Conselho Plenário da EuroAAA – Eurorregião Alentejo – Algarve – Andaluzia, realizada hoje em Mértola.
A ministra notou que, apesar de neste momento as regiões do Alentejo e do Algarve terem água disponível para “dois anos”, não é tempo de ‘desligar’ deste problema do abastecimento de água e da seca.
É preciso “continuarmos a acelerar as obras que temos em curso” para “diminuir as perdas de água”, nomeadamente a tomada de água do Pomarão para o Algarve, a dessalinizadora de Albufeira e a ligação hídrica entre o barlavento e o sotavento algarvio, especificou.
A reunião da EuroAAA, na qual também participou o presidente da Junta de Andaluzia, Juan Manuel Moreno Bonilla, decorreu na Estação Biológica de Mértola.
O encontro teve como objetivos “aprofundar o diálogo em áreas estratégicas como a gestão dos recursos hídricos, a biodiversidade e a energia, com foco nos desafios comuns e nas oportunidades de colaboração para promover um desenvolvimento sustentável na região sul da Península Ibérica”.
Relativamente à nova Estratégia do Baixo Guadiana, a ministra do Ambiente e Energia referiu que esta resulta de uma cooperação entre as três regiões da EuroAAA, em que o Guadiana é um elo que as une e tem várias dimensões.
“Há a dimensão ambiental, de biodiversidade, da preservação do rio, da naturalização das margens do rio, mas há também a parte dos transportes, tornar este rio mais navegável [e] a necessidade de fazer algumas obras em relação ao [seu] desassoreamento”, disse.
O encontro permitiu ainda analisar o relatório de atividades de 2023/2024 da eurorregião e celebrar a passagem da presidência da EuroAAA para o Algarve, até 2027.
A presidência desta comunidade de trabalho é rotativa, por períodos de dois anos e por cada uma das regiões.
ASYS // RRL
By Impala News / Lusa
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